Diamante, Trovão, Estrela e Sangue
(Resumido de: New Order e My Body is a Cage – Silver Ladder)
Olá vampiros, destituídos, despertos, perdidos e tantos outros. Eu sou Dante Alighieri e irei apresentar aqui os spoilers já lançados para a segunda edição de Mago: o Despertar.
Hoje iremos falar sobre o que orientou o design e escrita das Ordens nesta segunda edição e também mostraremos a primeira das Ordens junto com sua Vantagem exclusiva: a Escada de Prata e sua Lex Magica. Contudo, devido ao tamanho dos capítulos de cada Ordem, ficaria impraticável traduzí-los na íntegra. Assim, optei por traduzir as principais razões pelas quais um Desperto se juntaria àquela Ordem e as principais “falhas” que aquela Ordem pode cometer, isto é, de quais formas podem se deixar levar pela arrogância e ir contra a Sabedoria. Agora, chega de papo e vamos ao que interessa!
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Os objetivos de design para as Ordens foram:
- Aumentar sensação de historicidade relativa à Primeira Edição. Os livros das Ordens possuíam capítulos dedicados à história delas, coisa que no livro básico de Mago não recebeu muita importância. Agora, no livro básico da 2e teremos mais informações sobre as mudanças das Ordens ao longo da história.
- Esclarecer a natureza da “linhagem Atlanteana” do Diamante. Falaremos disso mais abaixo.
- Rejeitar o sistema de Tier(1). Mago sempre forçou um pouco a barra do princípio de design do NWoD que tentava limitar as crônicas à uma única cidade. Isso acaba perdendo o sentido quando os personagens podem se teleportar. Além do mais, as Ordens são redes globais e ao mesmo tempo hierarquias locais sem uma autoridade central, exceto no caso dos Profetas.
- Desenvolver o Concílio Livre como um secto viável. Quase sempre imagina-se a divisão da sociedade Desperta como bipartida, isto é, o Pentáculo versus os Profetas. Devemos lembrar que o Pentáculo é uma aliança política do Diamante com o Concílio Livre. Esses dois grupos (Pentáculo e CL) não são a mesma coisa e possuem sim suas divergências ideológicas, que serão apresentados como: ou ambos estão certos ou não é possível provar que estejam errados.
- Mostrar magos vivendo fora das Ordens mas deixar claro que isso possui várias desvantagens, entre elas a desconfiança da Ordem pois estes magos são traidores e espiões em potencial.
- Mostrar variação interna. A Seta Adamantina de Nova Iorque é bem diferente da Seta de Tóquio. Além disso, existem as facções filosóficas, os legados e todas as relações interpessoais envolvidas nisso.
- Mostrar as razões pelas quais as Ordens cooperam entre si e como discordam. No nível macro, as Ordens se unem contra os Profetas mas, no nível pessoal, tem sempre alguém disposto a te esfaquear pelas costas.
- Permitir que os Adormecidos percebam as Ordens. Elas funcionam como conspirações dentro e em paralelo dos cultos dos Adormecidos. Muitos destes acabam trabalhando para as Ordens sem saber, as vezes até trabalhando para mais de uma Ordem. O mesmo vale para os Proximi e para os Sonâmbulos, que podem até mesmo se juntar efetivamente às Ordens e comprar o primeiro ponto de Status.
- Mostrar as Ordens como Mystery Cults(1), com diversas camadas de símbolos, iniciação e compromisso. Um mago que não seja averso à idéia de uma Ordem mas que não se interesse por ela, pode ainda ser considerado como tendo Status 0 naquela Ordem.
- As Ordens possuem falhas que, no caso de Mago, se manifestam como Atos de Hubris. Todas as Ordens encorajam, diminuem ou possuem desculpas que levam à perda de Sabedoria. As mais óbvias nesse caso, Dave (o desenvolvedor) aponta como sendo a Escada de Prata, os Guardiões e os Profetas.
- Apresentar os Profetas do Trono como uma Ordem jogável. Sim, você pode ter um grupo jogando com Profetas (ou talvez um Profeta escondido numa Cabala, hehehe). Lembrando aqui que eles são abertamente antagonistas ao Pentáculo, portanto, isso não é uma decisão leviana para os grupos (ou seja, converse com seu Narrador).
- Se alguém tinha dúvidas, os Interditores não são uma Ordem. Compreendido? Eles são “estados falhos” do Despertar e vão aparecer na seção de antagonistas.
Cada Ordem possui um tema que reflete a ideologia dela, portanto, vamos dar uma olhada:
- Seta Adamantina: O Desafio é Mágico
- Concílio Livre: A Humanidade é Mágica
- Guardiões do Véu: A Magia é Frágil
- Mysterium: A Magia é Viva
- Escada de Prata: A Magia é o Direito de Nascença da Humanidade
- Profetas do Trono: A Magia é Pagamento
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A Relação das Ordens com Atlantis e o Superno
Os três sectos possuem diferenças de opinião e visão sobre como o Superno interage com o Mundo Decaído. Todos podem usar suas Visões Mágicas para enxergar os símbolos entranhados no mundo.
- As Ordens do Diamante acreditam que o Superno contem os símbolos de todas as coisas, incluindo a sociedade mágica. Quando o Diamante fala de “Atlantis”, eles não querem dizer, necessariamente a(s) civilização(ões) do Time Before [Tempo Anterior, em tradução livre](1). Quando as Ordens do Diamante originais foram fundadas, elas desenvolveram “Atlantis” como um conceito simbólico. Ao se forjarem dessa forma, o Diamante adquire o peso mágico dos Reinos Supernos. A Escada de Prata não acredita que eles descendem literalmente de uma casta de Atlantis; eles tem noção de que a Cidade Desperta nem se chamava assim. Eles sabem, porém, que ao adotar a persona comunal da Vox Draconis, o sábio-conselheiro arquertípico que eleva os outros, eles se aproximam do Superno.
- O Concílio Livre toma a posição contrária, na qual a humanidade se aproxima do Superno, especialmente em grupos. Assim, em vez de procurar em arquétipos teóricos e num ideal para seguir, os Caminhos para a Ascensão, eles buscam isso na vontade comunal e nas inovações da raça humana. Em vez de forçar contato com o Superno ao adotar uma sociedade artificialmente simbólica, os magos devem confiar que as sociedades organicamente construídas dos humanos bastam e até sejam melhores. Alguns magos do Diamante (especialmente da Escada) tentam repetidamente apontar os Libertistas como os “rebeldes arquetípicos”, algo que muitos Libertistas acham tanto condescendente quanto um bocado incômodo.
- Os Profetas do Trono Superno ocupam a terceira posição – em vez do Mundo Decaído se aproximar do Superno, eles veem a realidade como imposta pelos Reinos Supernos. Em vez de se ocuperam dos papeis das sociedade Supernas, eles voluntariamente servem aos regentes Supernos neste mundo, trabalhando para o avanço dos planos dos Exarcas em troca de recompensa e proteção.
Essas posições filosóficas dos sectos refletem a abordagem em relação aos Mistérios também – muitos magos do Pentáculo notam que, enquanto o Diamante enfatiza imagos e buscam encaixarem ocorrências mágicas dentro daquilo que eles conhecem sobre os reinos superiores, o Concílio Livre presta bem mais atenção às ferramentas mágicas. É uma diferença de perspectiva de parte/todo.
(1) Time Before = referente à linha (ou linhas) temporal anterior antes da atual, na qual existiu a cidade mitológica que os magos chamam de Atlantis. Essa linha (ou múltiplas linhas) teria sido reescrita com a queda da Escada construída pelos Exarcas.
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Escada de Prata
Música tema escolhida pelo Dave Brookshaw: My Body is a Cage
Por que escolher a Escada?
Os magos se juntam à Escada de Prata quando querem tomar as rédeas de suas vidas; quando eles querem ajudar os Adormecidos a se tornarem mais iluminados ou ajudar entes queridos individuais a Despertar; quando eles admiram a sociedade Desperta clássica e desejam perpetuá-la ou se sentirem um chamado para o serviço público, não porque precisam servir, mas liderar.
Hubris (ou Quando a Escada Falha)
Hubris é a palavra de um covarde; a magia é o direito de todo ser humano. O destino está na Ascensão, forçando a realidade a se curvar. O Paradoxo é uma maldição imposta pelo Abismo e o Abismo é a criação do inimigo. Além da retórica, os magos da Escada passam do limite quando superestimam suas habilidades e ignoram conselhos quando os advertem contra agir de forma corajosa ou de acordo com seus julgamentos.
Eles também sucumbem à Hubris quando confundem o papel de um líder com o papel de um soberano, ou quando transforma uma Criptopoly(2) ou a política dos Consilia em poder temporal, negando a verdade eterna e a visão maior de onde vem seus preceitos. Por último, eles cometem atos imprudentes (não sábios) quando, ironicamente, eles acreditam que sua Sabedoria é superior a todas as outras, especialmente da dos Adormecidos.
(2) Grupos especiais voltados para a iluminação da humanidade criados pela Escada de Prata. Para mais informações, confiram o livro The Silver Ladder.
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Vantagem
Lex Magica (••)
Pré-requisitos: Status na Escada de Prata •
Efeito: As leis do Pentáculo são conceitos simbólicos criados por pessoas que tornam símbolos em realidade. Um Tearca agindo em capacidade oficial e titulada (como um Arauto, Sentinela, Factotum, Diácono, Hierarca ou Magister) ganha certos benefícios com essa Vantagem:
Primeiro, adicione seu Status na Escada de Prata ou no Consilium (aquele cuja autorizada ele estiver utilizando) às suas Portas quando um personagem tentar vencê-lo em Manobras Sociais*.
Segundo, personagens não podem usar Força de Vontade para aumentar suas paradas de dados em ações sociais ou feitiços que influenciem o comportamento do Tearca.
Por último, seu personagem pode usar seu Status na Escada de Prata ou Consilium (o que for maior) como uma Yantra em feitiços utilizados para assegurar as leis da Lex Magica. Isso inclui feitiços para investigar crimes potenciais, perseguir infratores, utilizar a lei para defender sua inocência e qualquer outro feitiço para auxiliar que a lei possa funcionar melhor. O bônus para a Yantra é igual a metade do índice na Vantagem utilizada, arredondado para cima.
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O que acharam? Espero que tenham gostado. Semana que vem trago mais spoilers e, dessa vez, falarei sobre a Seta Adamantina e os Guardiões do Véu com suas respectivas Vantagens: Adamantine Hand e Masques [Palma Adamantina e Máscaras, em tradução livre].
Ansiosos?
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– Dante